quarta-feira, 28 de maio de 2008

Prova de redação.

Era um domingo assim como todos os outros. Café-da-manhã, caminhada no parque, almoço, televisão, baralho e cama. Foi nesse dia que Luiz um morador da pequena e pacata cidade de Paris, saiu as escondidas com Satine.
Como nas outras vezes, se encontraram na cafeteria da metrópole sempre ao som de Jazz. Estavam no banheiro do restaurante, ouviu-se um barulho, a frente de Satine encontrava-se Luiz, Morto.
- Nããããããããão!- Gritou Satine de uma forma desesperada.
Não tinha mais o que se fazer.
Dia 21 de Janeiro de 1940, onde tudo começou. Luiz mudou-se com sua esposa para a França, ali começaram uma nova vida, um com a intenção de ganhar dinheiro, o outro com esperança de salvar seu casamento. Não adiantou, criaram uma convivência rotineira, até que um dia, Luiz resolveu ir a uma casa noturna, lugar do submundo, o "Le Grand Noir".
Em meio a toda orgia havia uma mulher a que todos desejavam, Satine, a dama com quem ele viveu os dias mais emocionantes de sua vida. Começaram a partir dali uma história de amor.
Passaram a se encontrar todos os dias na cafeteria. "Quero passar o resto da minha eternidade com você" dizia Satine.
E assim a rotina na casa de Luiz começou a mudar. Ele passou a não mais realizar seus feitos como homem, o casamento entrou em ruínas, enfim se separaram.
Por ser um grande nobre, o preconceito na época alimentava toda a sociedade. Eles não podíam assumir o relacionamento, Satine era uma prostituta. Diante de entendimentos e perdões, os dois brigaram.
Era 30 de agosto e Satine se arrumava para uma festa a fantasia. No baile conheceu um homem o qual a identidade não conhecia, os dois estavam mascarados. Apaixonaram-se, tiveram juntos a noite de amor mais bela. Só o que a mulher sabia desse homem, era um broche de cristal e ouro branco em seu casaco.
Dia seguinte, acordara com um sentimento de culpa que tomava seu corpo, e ardia. Foi na hora em que Luiz ligou para ela, pedia desculpas, dizia que estava disposto a casar-se. Marcaram um novo encontro, na cafeteria, era um domingo a tarde.
No banheiro, toda a sua paixão renascia, beijavam-se como se fosse a última vez. Um barulho estremeceu, Satine olharam para o lado, lá estava a ex-esposa de Luiz, seu rosto suado, ardendo de ciúmes. Sim, ela atirara em seu amado.
A prostituta então berrou, a maior e mais sofrida palavra. Luiz caiano chão. Satine pulou em seus braços, chorando beijou-lhe a face, pôs a mão em seu peito, sentiu algo. A criminosa fugira. Satine, tirou o casaco de Luiz, lá encontrou. Via diante do seu rosto um broche, de ouro branco e cristais, assim como o da noite no baile.
Desde então não se sabe se ele traiu ela, com ela, ou se ela traiu ele, com ele.

sábado, 12 de abril de 2008

Código Postal.

Caro Amor,

Sei que a todos os momentos são escritas cartas a você,
E sei também que a minha será só mais uma entre tantas outras.
Mas eu precisava escrever-te, para comunicar-te de minha decisão,
Porém, antes de tudo, não poderia deixar de perguntar-te uma coisa,
Por que fizestes isso comigo?
Tu colocas felicidade em minha vida constantemente,
Faz-me rir como nunca e faz meus olhos brilharem como jamais,
Lembro-me caminhando junto a ti, pelas ruas iluminadas a luz do luar,
Parecíamos dois tolos, olhando as estrelas,
Fazias-me perceber que o mundo era muito mais do que eu imaginava,
Ao mesmo tempo em que fazias questão de criar um mundo só nosso.
Ensinava-me tantas coisas, mostrava-me tantas ilusões,
Nossa Amor! Como isso me fazia bem.
Tu criavas motivos para rirmos juntos diante da tua rival, a Solidão.
Dávamos a mão, e debochávamos dela, um ser tão fraco,
Tão incompleto.
Tão incoerente.
Porém a Solidão jurava-te vingança, e tu ficavas calado.
Passamos por tanta coisa juntos,
Eu lutava por ti, e tu lutavas por mim.
Éramos uma dupla perfeita,
Eu e o amor, o amor e eu.
Completávamos um ao outro.
Acreditei em ti a todos os momentos de minha vida,
Sempre achei que tu sim, era a razão de minha existência.
Mas enganei-me.
Jogaste-me a um penhasco
Desprendi-me de ti.
Desabei rapidamente,
E olhando para os lados sentia-me sozinha,
O vento corria rapidamente,
Levando junto a ele as lágrimas em que minha face escorria.
Lágrimas que não paravam de jorrar,
Porém de grandeza insignificante, diante da tamanha decepção a que tu eu dedicava.
Não sabia onde iria parar,
Mas sabia que o impacto da queda que tu me causaste Amor, não doeria mais diante da infelicidade e revolta a qual eu sentia.
E depois de eu num saber mais quem sou,
Quando finalmente, parecia que cair mais eu não podia,
Aquela ao qual eu tanto esnobei, me deu a mão.
Sim! A solidão foi quem me abraçou.
Acolhendo-me junto a ela.
Só ela restava, porque tu,
Tu fostes embora.
Formamos então uma nova aliança.
Dessa vez, eu e a solidão, a solidão e eu.
Agora é tarde Amor, meu rumo foi deslocado.
Declaro então minha decisão.
Não quero mais ouvir teu nome, não quero mais saber quem tu és.
Não quero mais ser embalada pelo êxtase no qual tu és especialista.
Se um dia me fizestes bem, hoje me fazes mal.
Hoje tu tentas voltar, mas não.
Vá embora Amor, e não volte nunca mais.
Vá, que isso é pro meu próprio bem.
Adeus.