sábado, 12 de abril de 2008

Código Postal.

Caro Amor,

Sei que a todos os momentos são escritas cartas a você,
E sei também que a minha será só mais uma entre tantas outras.
Mas eu precisava escrever-te, para comunicar-te de minha decisão,
Porém, antes de tudo, não poderia deixar de perguntar-te uma coisa,
Por que fizestes isso comigo?
Tu colocas felicidade em minha vida constantemente,
Faz-me rir como nunca e faz meus olhos brilharem como jamais,
Lembro-me caminhando junto a ti, pelas ruas iluminadas a luz do luar,
Parecíamos dois tolos, olhando as estrelas,
Fazias-me perceber que o mundo era muito mais do que eu imaginava,
Ao mesmo tempo em que fazias questão de criar um mundo só nosso.
Ensinava-me tantas coisas, mostrava-me tantas ilusões,
Nossa Amor! Como isso me fazia bem.
Tu criavas motivos para rirmos juntos diante da tua rival, a Solidão.
Dávamos a mão, e debochávamos dela, um ser tão fraco,
Tão incompleto.
Tão incoerente.
Porém a Solidão jurava-te vingança, e tu ficavas calado.
Passamos por tanta coisa juntos,
Eu lutava por ti, e tu lutavas por mim.
Éramos uma dupla perfeita,
Eu e o amor, o amor e eu.
Completávamos um ao outro.
Acreditei em ti a todos os momentos de minha vida,
Sempre achei que tu sim, era a razão de minha existência.
Mas enganei-me.
Jogaste-me a um penhasco
Desprendi-me de ti.
Desabei rapidamente,
E olhando para os lados sentia-me sozinha,
O vento corria rapidamente,
Levando junto a ele as lágrimas em que minha face escorria.
Lágrimas que não paravam de jorrar,
Porém de grandeza insignificante, diante da tamanha decepção a que tu eu dedicava.
Não sabia onde iria parar,
Mas sabia que o impacto da queda que tu me causaste Amor, não doeria mais diante da infelicidade e revolta a qual eu sentia.
E depois de eu num saber mais quem sou,
Quando finalmente, parecia que cair mais eu não podia,
Aquela ao qual eu tanto esnobei, me deu a mão.
Sim! A solidão foi quem me abraçou.
Acolhendo-me junto a ela.
Só ela restava, porque tu,
Tu fostes embora.
Formamos então uma nova aliança.
Dessa vez, eu e a solidão, a solidão e eu.
Agora é tarde Amor, meu rumo foi deslocado.
Declaro então minha decisão.
Não quero mais ouvir teu nome, não quero mais saber quem tu és.
Não quero mais ser embalada pelo êxtase no qual tu és especialista.
Se um dia me fizestes bem, hoje me fazes mal.
Hoje tu tentas voltar, mas não.
Vá embora Amor, e não volte nunca mais.
Vá, que isso é pro meu próprio bem.
Adeus.